O picking inicia quando a logística recebe a demanda, geralmente vinda do comercial: o processo de localização dos produtos acabados no estoque e separação de quantidades e tipos de itens solicitados. Mas isso não funciona da mesma forma em toda empresa, por mais que o trabalho de preparação para os embarques das cargas seja sempre constituído de localização e separação de mercadorias.
Os diferentes tipos de picking dão suporte logístico às empresas conforme características que as diferenciam, como os clientes atendidos, itens produzidos e maneira de recebimento das demandas dos clientes. Então, é necessário definir o processo certo para a empresa ter a maior eficiência possível nessa parte de sua logística.
Por isso, vamos a seguir diferenciar os procedimentos e mostrar em qual ambiente/fluxo logístico cada um deles se encaixa melhor.
Picking por pedido ou picking discreto
O modelo mais simples de picking, que pode ser chamado de duas formas, funciona com um profissional realizando a separação para um pedido por vez.
O principal ponto positivo é a baixa incidência de erros, pois cada pedido recebe atenção total e fica sob controle de somente uma pessoa, que trata de expedi-lo somente após a finalização.
Já o ponto negativo pode ser produtividade menor para a operação, já que outros pedidos podem ficar em espera e os profissionais provavelmente farão mais deslocamentos por lidarem individualmente com cada demanda. Por isso, é um sistema indicado para empresas que não têm quantidade alta de pedidos, novas demandas frequentes, principalmente se cada pedido for de alto valor.
O picking por pedido também pode ser um bom sistema para um negócio que não conta com muita variedade no estoque acabado, comercializando somente um ou dois itens distintos. Nesse caso, mesmo um volume um pouco mais frequente de pedidos pode ser suportado pelos profissionais individualmente por ser mais rápido e simples montar encomendas sem muita variedade.
Picking por onda
Aqui, as ondas são os pedidos agrupados para separação periódica. São agendadas as ondas de picking nas quais cada profissional separa um item e um pedido é finalizado por vez.
Para empresas sem muita variedade no estoque acabado, somente um profissional pode atender às ondas. Por outro lado, havendo variedade, mais de um é destacado para o trabalho e todos eles devem dar o ok a respeito dos seus itens para que cada demanda seja dada como finalizada.
Esse tipo de picking apenas funciona quando os pedidos não são frequentes no dia a dia e/ou têm prazos curtos, o que dificulta a programação do atendimento às ondas. Por exemplo, se 10 ou 20 pedidos são recebidos diariamente para entregas dentro de 24 ou 48 horas úteis, não há tempo para agrupar pedidos a serem separados futuramente e ainda entregá-los dentro dos prazos.
Picking por lote
O método de separação por lotes é parecido com o anterior, já que também ocorre um acúmulo de demandas para que se inicie a preparação dos pedidos. Porém, são métodos distintos.
Sem uma programação e definição de dias e horários, é feito o acúmulo de demandas até um número específico de pedidos pendentes. Enquanto isso, o profissional responsável registra quantidades e tipos de produtos solicitados em todos pedidos acumulados. Quando esse número é atingido, ele localiza todos os produtos que destacou para expedição e os distribui entre os pedidos em processamento.
É um sistema que tende a atender bem empresas que recebem alto volume diário de solicitações, com ou sem prazos curtos. Por exemplo, considerando também a capacidade média dos veículos utilizados para as entregas, o responsável pelo picking por lote pode efetivar as separações a cada cinco pedidos, alocá-los em um só caminhão e a entrega ser feita em itinerário que vá todos esses clientes do lote em único deslocamento.
Picking por zona
O zoneamento do estoque de produtos acabados é uma necessidade em empresas com grande área de armazenamento e centros de distribuição, pois os deslocamentos constantes podem tornar a produtividade muito baixa pelas distâncias e possivelmente grande variedade. Logo, o objetivo é reduzir os deslocamentos ao máximo e contar com profissionais disponíveis para separar todos os tipos de itens e atender a altas demandas.
Na prática, um pedido é enviado para uma zona, que inicia o processo, registra o status referente a seu item, e passa o pedido à próxima zona. Após a separação do último produto, ocorre a checagem geral do pedido, que só é despachado se todos os itens estiverem com o status ok/completo.
O principal cuidado que se deve ter no picking zoneado é para não faturar e despachar pedidos incompletos, já que as demandas individualmente passam de zona para zona mesmo que uma delas não tenha quantidade suficiente para a solicitação. Ou seja, a checagem final precisa ser minuciosa e reter pedidos afetados pela quebra de estoque, enquanto o problema é resolvido.
Por depender do volume de demanda, dos clientes e da natureza dos produtos, os tipos de picking podem se complementar ou serem modificados. Por exemplo, um item que tenha muita saída pode ser separado em lotes, preparados duas vezes ao dia para transporte imediato, enquanto um produto menos solicitado pode ser separado em ondas após o acúmulo de alguns pedidos em determinado período, com o ajuste adequado aos prazos desses clientes.
Em outra hipótese, as ondas podem ser trocadas por lotes em períodos de sazonalidade, quando a demanda aumenta, para os despachos serem mais rápidos e frequentes.
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